Sobre o que faz falta
Entrei na internet e olhando os perfis amigos, todos comprometidos, sendo felizes, se divertindo - ou não -. O vazio, meu fantasma, olhou de volta pra mim e disse: "Uma hora eu vou embora, não precisa ter pressa", assenti com a cabeça e segurei sua mão. "Não, fica, pelo menos você pode ficar", eu disse listando mentalmente cada um dos rostos que se perderam na estrada que eu costumo chamar de vida.
Vivo com medo de perder tudo o que tenho, hoje em dia dou bem mais valor. Ouvi uma frase que levo como lema: "Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." Já parei de chorar por aquilo que foi pra longe, resolveu que não tinha mais assunto por aqui e nunca mais voltou. O que me deixou está guardado, o que levou, já não sei.
Passei de lamentadora à lutadora, virei combatente de uma batalha contra mim, contra meus sentimentos. Já sofri demais por antecipação e agora só espero um dia tranquilo e uma noite bem dormida.
Voltei pra casa e olhei pro lado, sabia que apesar de estar faltando alguma coisa, o vazio seria preenchido. Uma hora, um dia, no momento certo. Acordei pela manhã e olhei pela janela, senti meu pedaço faltando, mas tive a certeza de que aonde quer que ele esteja, cumpriu bem o seu papel.
Agora já não me sinto sozinha, além do vazio, meu fantasma, sei que por onde passei, tudo o que deixei em cada lugar, ainda vivo. E as lembranças que deixaram não me deixam esquecer de que quando quiser companhia, basta revivê-las.
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